Mateus 18.21-22: "Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete".(ACF)
Olhando para este texto, claramente se observa que as duas palavras centrais em foco, são: pecado e perdão. Daí surge a pergunta: quem se arrepende de um pecado, um erro cometido, verdadeiramente se arrepende ou volta a cometê-lo?
Gostaria que você analisasse algo: quantas vezes nesta vida pecamos, erramos em algo, e dizemos com toda ênfase: "Este pecado ou erro não cometo mais!"; e, quando nem ao menos nos damos conta, estamos de volta ao mesmo lugar que anteriormente tínhamos dito que nunca mais voltaríamos?
Jesus, para exemplificar o que acabara de falar, propõe a Pedro uma parábola, dizendo que o Reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. E ajustando as contas, descobriu que um deles devia-lhe dez mil talentos. (Mateus 18.23-24) "Como um talento valia cerca de mil dólares americanos, esse valor alcançava "dez milhões de dólares" (Goodspeed)". (Comentário Bíblico Beacon - Aplicativo Bíblia Teca)
O servo não tinha com que pagar, por isso o rei ordenou que fosse vendido ele, sua esposa, filhos e tudo que possuía para que a dívida fosse paga. Mas o servo, prostrando-se, rogou ao rei para que fosse paciente com ele que tudo ele pagaria. O rei, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida. (Mateus 18.25-27)
Saindo, porém, aquele servo, encontrou um de seus conservos que lhe devia cem denários. (Mateus 18.28) "Esta era uma moeda romana, chamada denarius. Ela é mencionada dezesseis vezes no Novo Testamento, mais freqüentemente do que qualquer outra moeda. Na versão KJV em inglês, ela sempre foi traduzida como "penny" ou "pence" e valia cerca de vinte centavos de dólar (americano). Portanto, cem pences seria o equivalente a "vinte dólares americanos" (Goodspeed) — uma soma insignificante comparada àquela que o oficial da corte devia ao rei". (Comentário Bíblico Beacon - Aplicativo Bíblia Teca)
O conservo, da mesma forma, caindo-lhe aos pés, lhe implorava que fosse paciente com ele que tudo ele pagaria. Mas o servo que fora perdoado pelo rei, agindo mal, pôs na prisão seu conservo até que toda a dívida fosse paga. O rei, então, sabendo da atitude de seu servo, disse: "Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu conservo, como eu também tive misericórdia de ti?" (Mateus 18.29-33)
Diz a palavra que: "...indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que lhe devia". (Mateus 18.34); e, Jesus, concluindo a parábola, disse: "Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas". (Mateus 18.35)
Esta parábola nos mostra alguns pontos interessantes a aprendermos. Veja: O Rei, ou Senhor que ajusta as contas com os servos, é Deus, nosso Pai; o servo, ou, segundo o comentarista Beacon, oficial da corte, somos cada um de nós; já o conservo é o nosso próximo. É aquele que nos [deve dinheiro, deve amor, amizade, afeto, e muitas outras coisas mais].
Porém, não temos o direito de agirmos sem misericórdia com nosso próximo. Não há limite para perdoar. E é isto que este texto de Mateus nos ensina, e nos faz refletir para que possamos agir com nosso próximo (conservo) tal qual nosso Pai celestial age conosco todos os dias pois todos os dias pecamos, erramos, e muitas das vezes, não conseguimos largar um pecado, caindo sempre no mesmo erro.
O que precisamos entender é que, se todas as vezes que errarmos e, de fato, naquele momento, nos arrependermos e pedirmos perdão a Deus, no mesmo instante, Seu perdão é concedido a nós.
Somente Deus conhece o coração do homem, ainda que este venha sempre a falhar. Por isso, a Bíblia nos ensina em Mateus 7.1-2: "Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós". (ACF)
Veja que expressar em atitudes a misericórdia é algo tão sério que no livro de Tiago diz: "Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo". (Tiago 2.13 ACF)
Tal qual Cristo fez conosco, devemos fazer também. E para confirmar o quanto éramos devedores e nossa dívida foi quitada, veja o que diz o livro de Colossenses 2.13-14: "E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz". (ACF)
Termino minhas palavras com essa linda frase: "Aquele que perdoa é tratado por Deus com base na misericórdia, mas aquele que não perdoa não tem o direito de esperar mais do que um estrito julgamento contra seus pecados". (Sherman Johnson, in loc.)
Fonte: Wikipédia -
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Par%C3%A1bola_do_Credor_Incompassivo#A_severidade_irracional_do_servo_para_com_seu_conservo
Oração: 'Senhor, ajuda-me a exercitar o perdão, embora não seja fácil em determinadas situações. Mas o que preciso entender é que todos os dias cometo erros; às vezes, caio na mesma infração e, pedindo perdão a Ti de coração, estás pronto a perdoar-me, dando-me sempre novas chances de recomeçar. Pai, tal qual fazes, quero fazer. Amém.'