Todos os dias temos oportunidades de nos chegarmos a Deus. Sempre haverá aquele tempo no dia e, creio que cada um de nós sabe qual é esse tempo, onde podemos usar para ler a Palavra, orar, se conectar com nosso Pai. Não pretendo usar uma linguagem tendenciosa que traga, implicitamente, certa culpa sobre mim e sobre você. Cada um de nós sabe das responsabilidades que temos junto a Deus, família, emprego, etc. Todos vivemos em uma sociedade atarefada; com isso, cada um ao seu ritmo, temos momentos diferenciados com relação a buscarmos ao Senhor. Minha análise nesse texto é visando, apenas, nossa vida devocional, ou seja, um tipo de busca diária ao Senhor.
O que quero dizer é: será que realmente não temos tempo algum para Deus, ou será que acabamos priorizando tudo aquilo que é demais e que nos afasta dEle? Não querendo impor, aqui, uma regra, ao nosso modo de viver, ainda faço uma pergunta: pela manhã, ao acordarmos, priorizamos falar com Deus, lendo, ouvindo a Palavra do Senhor, ou checamos, primeiro, whatsApp, instagram, a caixa de e-mail e tudo o mais? Às vezes nos vemos envoltos na famosa "correria" do dia a dia, com uma série de afazeres e responsabilidades, mas, se fizermos um esforço em nos conectar com Ele, veremos o quanto nos fará bem estarmos em Sua presença. (Salmos 16.11)
Como disse acima, sei que vivemos numa sociedade completamente frenética e cheia de ocupações. Principalmente, por causa do avanço da tecnologia, onde todos parecem sempre estar conectados. Porém, quanto mais ocupada uma sociedade for, de tal forma que essa ocupação tome o lugar de Deus, mais cansados ficarão, mais tristes serão, mais ansiosos, deprimidos e nervosos se tornarão. Não estou dizendo, com isso, que essas patologias (disfunções), sejam, apenas, de ordem espiritual, e não devam ser tratadas por especialistas. Todavia, se priorizássemos o relacionamento com Deus, muita coisa seria evitada. (Salmos 5.1-3)
2022 inicia e a euforia de um novo ano nos deixa animados e esperançosos. Isso é muito bom. 2021 foi um ano difícil, por causa da pandemia, e parece que levamos para 2022 fardos do ano anterior. Janeiro e Fevereiro passam e a rotina de trabalho, mais o cansaço, junto a frenesi (agitação) diária e as aflições que, normalmente, quem vive aqui na Terra, enfrenta, acabaram me deixando esgotado. Some-se a isso o fato deu não estar priorizando Deus da forma que deveria priorizar. Era pouca rotina de oração, leitura da Palavra, e jejum passava longe.
Março entra, e acontece algo que jamais pensei que pudesse enfrentar. Na semana do dia dez, se não me falha a memória, estava na loja onde trabalho executando minhas funções como de costume. Ao término do expediente, quando baixamos as portas e minha amiga Daniele fechava o caixa, comecei a sentir algo estranho. Era uma inquietação e medo muito forte. Eu não sabia explicar o porquê desses sintomas. Horas antes, eu havia passado mal. O coração estava acelerado demais, as mãos e o rosto completamente gelados, e me sentia fraco.
No dia anterior, ao sair do trabalho, fui andando até a rodoviária e, enquanto esperava o transporte alternativo sair, comecei a ficar tonto, com o coração bastante acelerado e o corpo frio e fraco. Na ocasião, liguei às pressas para minha tia e fiquei conversando com ela e com minha mãe, para poder tirar o foco desse mal estar, até chegar em casa. Que situação!
Bom, ainda sobre a loja, quando, enfim, estávamos prontos para irmos embora, eu disse: - Daniele, preciso te falar uma coisa: Estou com medo de ir para casa sozinho. Eu realmente estava sentindo um pânico que sufocava minha fé. Daniele ficou atônita com essa notícia e, à princípio, não sabia o que fazer. Seu olhar era de surpresa e apreensão. Ela não esperava que seu amigo estivesse numa situação tão horripilante.
Pedi que ela fizesse uma oração por mim, para que seguisse em paz. Para ser sincero, poucas vezes ouvi uma oração daquela maneira, tão cheia de autoridade e crença no Deus que servimos. Naquele momento, tal oração caiu como um refrigério e fortalecimento, tanto para o espírito como para o corpo. A caminho de casa, dentro do transporte público, senti aquela fobia querendo voltar. Devido a estar dentro de um lugar fechado, com pessoas falando alto e até gritando, numa situação dessas, a mente e o corpo não reagem de uma forma favorável. Foram momentos tensos, mas, graças a Deus, consegui chegar em casa bem.
Agradeço a minha amiga Daniele pela oração e suporte emocional, e aos meus patrões que, entendendo o meu momento, me auxiliaram nesta fase tão difícil da vida. Obrigado, Thiago. Obrigado, Juliana, por tudo que fizeram por mim. Conselho? Tenha amigos. Amigos verdadeiros. Principalmente, aqueles que tenham a mesma visão celestial que temos. Isso ajuda e muito a caminharmos com mais leveza por essa Terra.
Nessa agitada semana, meus patrões me liberaram das atividades no trabalho por uns dias para que eu pusesse os pensamentos em ordem. Também fiz uma consulta com um psicólogo afim de descobrir o que ocasionava todo esse distúrbio. Depois de responder a algumas perguntas e expor o que se passara, o diagnóstico do profissional foi o seguinte: "Você está apresentando um típico quadro de ansiedade. É leve, porém, é ansiedade".
Depois de saber o que acontecia comigo, ainda assim, sai daquele consultório um pouco mais leve. Claro que nunca é fácil receber um diagnóstico, seja ele qual for. Nesse turbilhão que foi o fim de semana, além de descansar e buscar a Deus, recebi algumas informações de meus pais muito interessantes. É sobre isso, também, que quero abordar mais claramente, para que você possa entender um pouco mais sobre a importância de ter corpo, alma e espírito em harmonia.
Para que quem não sabe, existem vários fatores que podem ocasionar a tristeza, depressão, ansiedade e síndrome do pânico: traumas, adversidades da vida diária, humilhação, situações que parecem não mudar, entre outras. Porém, um outro fator importante e que muitas vezes, não prestamos atenção, é o fato de não estarmos totalmente abastecidos com vitaminas que fazem total diferença em nossa saúde física e emocional.
Se a falta dessas vitaminas fazem um verdadeiro estrago, logo, o seu consumo, melhora substancialmente nossa vida em todos os sentidos. É o caso da vitamina B12. Segundo o site MSD Versão Saúde para a Família, "Algumas pessoas sentem confusão, irritabilidade e depressão leve. A deficiência avançada da vitamina B12 pode ser a causa de delirium, paranoia (pensar que as pessoas pretendem prejudicá-las) e função mental comprometida, incluindo demência. A deficiência de vitamina B12 pode ocorrer em veganos que não tomam suplementos ou em decorrência de um distúrbio de absorção.
Desenvolve-se anemia, causando palidez, fraqueza, fadiga, e, se for grave, falta de ar e tonturas. Uma deficiência grave de vitamina B12 pode lesionar os nervos, causando formigamento ou perda de sensibilidade nas mãos e nos pés, fraqueza muscular, perda de reflexos, dificuldade em andar, confusão e demência. O diagnóstico de deficiência de vitamina B12 toma por base os exames de sangue. Quando altas doses de suplementos de vitamina B12 são administradas, os sintomas da anemia tendem a se resolver. Os sintomas provocados por danos nos nervos e demência em idosos podem persistir". - Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-nutricionais/vitaminas/defici%C3%AAncia-de-vitamina-b12
O problema de nossa sociedade, hoje, é que estamos nos tornando a versão humana de nossos smartphones. Você conhece muito bem a expressão aplicativo em primeiro plano e aplicativo em segundo plano. O aplicativo em primeiro plano é aquele que você vê aberto na tela do seu celular; ou seja, ele está em uso contínuo. Já em segundo plano ficam aquelas execuções do aplicativo que não tem uma conexão visual, pois não estão sendo usados.
Num contexto geral, fazemos o mesmo todos os dias: O que é para ser nossa prioridade: a Palavra, oração e jejum, que caracterizam nossa adoração a Deus em uma vida devocional, como disse acima, que é um tipo de busca diária ao Senhor, deixamos em segundo plano e quase nunca acessamos. Sabemos que existem, porém, preferimos não fazer contato visual. Agora, aquilo que pode nos distrair do nosso propósito e fazer com que percamos um precioso tempo, ainda que tais coisas sejam lícitas, temos o prazer de ver todos os dias, acessando continuamente.
Como mencionei anteriormente, a correria do dia a dia, o cansaço físico e mental, a falta dessa tão importante vitamina e a má administração do tempo, quase não abrindo espaço para a Palavra, jejum e oração, só podia dar nisto: num quadro patológico onde meu corpo não suportou o tamanho descaso para comigo mesmo. Daí a necessidade de cuidarmos tanto do corpo, como da alma e do espírito. Os três precisam estar alinhados para que haja equilíbrio.
Mateus capítulo oito diz que outro discípulo de Jesus, Lhe disse: "[...]Senhor, permite-me que primeiramente vá sepultar meu pai". Então, Jesus dá uma resposta fantástica, e que, aparentemente, pode parecer curta e grossa para nós aqui do ocidente. Tal resposta tem gerado motivo para discussões entre estudiosos da Bíblia quanto ao que, de fato, o mestre quis dizer. Veja: [...]Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus mortos". (Mateus 8.21-22 ACF)
O que podemos observar nessa passagem, e que a maioria dos intérpretes apresentam, é que, provavelmente, o pai desse discípulo não havia morrido. Para que você entenda melhor, na literatura judaica, era responsabilidade do filho cuidar do parente idoso até a sua morte; e, se houvesse algum indício de que esta morte estivesse iminente (prestes a acontecer), isso isentaria o filho de qualquer outra responsabilidade. É possível que esse discípulo não estivesse pedindo permissão para enterrar seu pai, mas, retardando a decisão de seguir a Jesus, até que seu pai morresse.
"Jesus sempre foi direto com aqueles que desejavam segui-lo. Ele se assegurava de que eles considerassem o custo de segui-lo, e deixassem de lado quaisquer condições que pudessem ter para segui-lo. Sendo o filho de Deus, Jesus não hesitava em exigir total lealdade. Seu desafio direto faz com que nos perguntemos a respeito de nossas prioridades, ao segui-lo. A decisão de seguir Jesus não deve ser adiada, ainda que outras lealdades também disputem nossa atenção. Nada deve estar acima de um compromisso total de viver por Ele e para Ele". (Comentário Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal, pág. 1393 1° Edição CPAD 2015)
A realidade é que muitos tem dado desculpas para Cristo com relação ao chamado que Ele tem para nós. Estão como esse discípulo, adiando a decisão de segui-LO, procrastinando, deixando para depois o honroso convite do mestre. Jesus certa vez, disse: "Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo". (Lucas 14.26-27 ACF)
Cristo claramente nos ensina aqui que não é para odiarmos nossas famílias. Se assim fosse, seus ensinamentos entrariam em desarmonia, por ocasião de outras passagens. Tal argumento indica que a nossa devoção a Deus vem em primeiro lugar. Ele usa essa linguagem para dizer que não podemos permitir que outro amor, relacionamento e obrigação esteja entre o Mestre e seus discípulos. Ou Cristo terá o primeiro lugar, ou não terá lugar algum em nossa vida.