O decreto de Deus
Lucas 5.4-6: "E, quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar. E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, sobre a tua palavra, lançarei a rede. E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede". (ACF)
Falar do apóstolo Pedro é simplesmente fantástico. Este personagem muito tem a nos ensinar. A sua trajetória ao lado de Jesus, assim como depois de Sua ascensão aos céus (Atos 1.9-11), nos mostram como este homem fora transformado pelo poder de Deus. Sim, o mesmo que ouviu de Jesus: "E também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus" (Mateus 16.18-19 ACF), é o mesmo que teve uma série de experiências ao lado de Cristo, desde o começo do seu ministério, e viu se cumprir, na prática, tudo aquilo que o Messias decretou ao seu respeito.
Hoje, falaremos sobre um tema muito interessante, denominado: O Decreto de Deus. Este tema irá edificar sua fé e fortalecer sua confiança em Deus, fazendo-te perceber que, em muitos casos, é necessário que cooperemos com os céus para que vejamos decretos que foram liberados ao nosso respeito, sendo cumpridos.
Para compreedermos melhor esta mensagem, necessitamos entender qual é o significado da palavra decreto. Decreto, é uma determinação, uma ordem, tanto falada, como por escrito, de uma autoridade. Por exemplo, quando um General, que é um Oficial Superior, cargo este de mais alto nível do Exército Brasileiro, confere uma ordem, quem está abaixo de sua hierarquia não tem para onde correr, pois a sua execução é inevitável, e o seu não cumprimento redundará em sérias consequências. Então, concluímos, que não só nas forças armadas há leis, autoridades e decretos, mas o mundo em que vivemos está preenchido por leis e autoridades por trás de ordens estabelecidas.
Porém, algo que precisamos notar, é que todo decreto humano e suas respectivas áreas de atuação, está submetido ao decreto do céu. Isto significa que ainda que a autoridade humana diga que não, Deus diz que sim. O homem diz - vai morrer. Deus diz - vai ter vida. O homem diz - vou engavetar este processo. Deus diz - põe este processo pra movimentar, porque Eu já decretei a vitória do meu servo. O homem diz - não tem futuro. É um zero à esquerda. Não vai ser ninguém. Mas Deus diz - Eu o escolhi e o santifiquei para viver um grande propósito na Terra. (1 Coríntios 1.27-28 ACF)
A pesca maravilhosa, descrito em Lucas cinco, nos mostra, justamente, o poder que uma Palavra liberada de Jesus tem sobre nós e sobre os problemas que enfrentamos. Creio que a grande dificuldade que temos na caminhada cristã, é de continuarmos dando passos de fé quando tudo a nossa volta diz para desistirmos e não prosseguirmos com sonhos, visões e projetos que Deus nos deu. Só que o que temos que aprender é que estamos debaixo de uma Palavra, e ainda que tudo vá de mal a pior, é debaixo desta visão celestial sobre nós e nossa casa que necessitamos continuar caminhando.
Mas a gente quer "chutar o balde", quer ficar irritadinho, pondo a culpa em Deus pelo fato das coisas não saírem do nosso jeito. Tudo bem! Deus até entende esse momento de revolta, porém, enquanto não nos levantarmos e seguirmos em direção ao que os céus já determinaram, as coisas nunca sairão do lugar. Se Deus já decretou, se já liberou a Palavra ao nosso respeito, Ele só vai reagir quando, de fato, tomarmos uma postura de continuarmos crendo na mesma visão que os céus tem para nós.
É muito lindo falar do decreto de Deus. É bom demais falar que Deus faz e que vai fazer nas nossa vidas. Porém, quando as coisas apertam, por vezes, nos esquecemos de continuar caminhando debaixo de obediência. Eu não estou falando que somos perfeitos, os super homens e super mulheres espirituais. Não existe ninguém perfeito, e Jesus nunca cobrou de nós perfeição; mas, falar do decreto de Deus tem muito mais a ver em como recebemos essa informação com fé e confiança, e caminhamos debaixo dela, do que, simplesmente, cruzar as mãos e esperar que Deus faça tudo sozinho.
Deus não reage a questionamentos. Deus não reage à revolta. Deus não reage quando paramos. Ele reage à nossa fé, porque a fé nos leva a nos movimentarmos. (Hebreus 10.38) A fé tem obras. (Tiago 2.18) Tem gente que parou de se movimentar porque aquilo que esperava que acontecesse ainda não aconteceu. Tem pessoas frustradas com Deus porque a promessa ainda não se manifestou. Enquanto isso, perdemos um precioso tempo porque não tomamos a firme decisão de, simplesmente, obedecer.
A importância em obedecer a Deus é, ao mesmo tempo, maravilhosa, por causa dos resultados que teremos ao cumpri-la, e perigosa, justamente por ser o oposto da primeira opção, por não se obedecer ao que foi determinado fazer. Ninguém sabe as consequências que estarão por vir, devido a uma recusa ao pedido de Deus, ainda que seja o mais simples dos pedidos. Por isso mesmo, é vital que, uma vez que a ordem tenha sido expressa pelo Criador, que a executemos logo de primeira.
O cumprimento de uma promessa e a direção até o lugar de vitória somente virá se tivermos obedecidos à primeira ordem. Em muitos casos, Deus trabalha por etapas. Porém, como obteremos a segunda etapa se custamos a obedecer a primeira? As etapas são os quebra-cabeças criados por Deus com a finalidade de que a bela imagem do todo seja cumprido em nossa vida. A obediência é o que faz o todo vir à tona. Ela é a engrenagem que faz cada peça andar e juntar-se à outra peça, até que tudo esteja no seu devido lugar.
Agora, preste atenção neste fato: Lucas 5.1-3: "E ACONTECEU que, apertando-o a multidão, para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré; E viu estar dois barcos junto à praia do lago; e os pescadores, havendo descido deles, estavam lavando as redes. E, entrando num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra; e, assentando-se, ensinava do barco a multidão". (ACF)
Eu imagino Jesus olhando para esses pescadores lavando suas redes, talvez, sem esperança, por voltarem de mãos vazias, e dizendo: "Eles não sabem o que o esperam. A minha Palavra fará a diferença e lhes dará um novo ânimo". Não deve ter sido nada fácil trabalhar a noite toda buscando peixe, que era o meio pelo qual os pescadores se sustentavam, assim como sustentavam suas famílias, e nada apanharem.
Porém, quando Jesus disse a Simão: "[...]Faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar" (Lucas 1.4), é como se Ele estivesse dizendo: "Pedro, volta lá e traz de volta aquilo que a minha Palavra já determinou que aconteça!".
Eu olho para Pedro nesse momento e vejo um ponto de interrogação: Como assim! Eu vou voltar para o lugar aonde me frustrei, me cansei, me esgotei, e nada deu certo? Aqueles pescadores eram experientes. Eles conheciam o mar. Eles conheciam os peixes. Eles conheciam as estratégias que norteavam esse ambiente da Pesca. Porém, Jesus não está interessado na nossa experiência humana, mas no que iremos fazer com a palavra que ele liberou sobre a nossa necessidade.
Se a dúvida e a incredulidade vieram sobre Pedro, ele não deixou que estas sobrepujassem a Palavra do mestre. Pedro teve uma pronta resposta ao comando de Jesus, e esta pronta resposta à voz divina foi o que fez a diferença na concretização do milagre. Sua fala: "[...]Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, sobre a tua palavra, lançarei a rede" (Lucas 5.5 ACF), quer dizer: - Senhor, ainda que a minha experiência e os meus esforços humanos não consigam produzir aquilo que eu quero que produza, eu creio que somente uma palavra Tua é suficiente para mudar todo o caos em que vivo em bênçãos, e é debaixo desta Palavra que caminharei.
Na história da humanidade, podemos notar que Deus não fez a parte que cabia ao homem executar. Pelo contrário, em muitos casos, era preciso o homem dar o primeiro passo, era necessário o homem ter ação, para que nos céus tivesse uma reação. Pedro entendeu que a vitória que tanto almejava passava pelo campo da cooperação com aquilo que Jesus havia declarado.
De nada adianta recebermos um decreto da parte de Deus, uma orientação do que fazer, um destino para onde ir, se não há empenho em seguir exatamente da maneira como nos foi ordenador executar. Os céus decretam, ordenam e mostram a direção. O homem obedece e caminha debaixo desta visão.