A obediência a Deus é um tema central em toda a Escritura. Desde os patriarcas até os apóstolos, a narrativa bíblica é repleta de exemplos de homens e mulheres que ouviram a voz de Deus e agiram conforme Suas instruções. A frase “Se Deus mandou fazer, faça” não é apenas um lema; é um princípio que deveria guiar a vida de cada crente. Neste texto, exploraremos o significado dessa afirmação, suas implicações práticas e as lições que podemos aprender com as Escrituras.
A autoridade da voz de Deus
Em Hebreus 1:1-2, lemos: “Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes e de muitas maneiras aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, a nós falou-nos pelo Filho…” Esta passagem nos lembra que Deus se comunica conosco e, quando Ele fala, é nosso dever ouvir e responder. A obediência a Deus não é opcional; é uma resposta natural à Sua autoridade.
Um exemplo clássico de obediência é a vida de Abraão. Em Gênesis 12:1-4, Deus chama Abraão para deixar sua terra natal e ir a uma terra que Ele lhe mostraria. A resposta de Abraão foi imediata: “E foi Abraão, como lhe ordenara o Senhor…” (Gênesis 12:4). A disposição de Abraão em obedecer, mesmo sem conhecer todos os detalhes, é um testemunho poderoso de fé. Ele confiou que Deus tinha um plano e que cada passo de sua jornada seria guiado pela mão divina.
O chamado à ação
A obediência a Deus não é apenas uma questão de ouvir, mas de agir. Em Tiago 1:22, somos exortados a não apenas ouvir a palavra, mas a praticá-la: “E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” Essa passagem destaca uma verdade fundamental: a fé verdadeira se manifesta em ações. Se Deus mandou fazer, não devemos hesitar, mas nos mover em direção à ação.
Um exemplo contemporâneo de como essa verdade pode se manifestar é o chamado missionário. Quando Deus coloca em nossos corações o desejo de compartilhar o Evangelho, devemos agir. Em Mateus 28:19-20, Jesus nos comissiona a ir e fazer discípulos de todas as nações. Essa ordem é clara e direta. A hesitação pode levar à inação, e, como sabemos, a inação pode resultar em oportunidades perdidas para impactar vidas.
A resistência humana à obediência
No entanto, a história da humanidade é marcada por uma resistência à obediência. Mesmo figuras bíblicas proeminentes lutaram com a dúvida e o medo. Moisés, por exemplo, foi chamado por Deus para libertar o povo de Israel da escravidão no Egito. Contudo, em Êxodo 3:11, ele responde: “Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?” A hesitação de Moisés é compreensível; ele se sentia incapaz e inseguro. Mas Deus respondeu com uma promessa poderosa: “Certamente estarei contigo” (Êxodo 3:12).
Esse diálogo nos ensina que Deus não espera que sejamos perfeitos ou que tenhamos todas as respostas. O que Ele deseja é um coração disposto a obedecer. Quando Deus nos chama, Ele também nos capacita. A obediência pode exigir coragem, mas a certeza de que Deus está conosco nos dá força para avançar.
A promessa da benção
Um dos aspectos mais encorajadores da obediência é a promessa de bênçãos que a acompanha. Em Deuteronômio 28:1-2, lemos: “E será que, se ouvires a voz do Senhor teu Deus, e tiveres cuidado de guardar todos os seus mandamentos que hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti, e te alcançarão…” A obediência traz consigo a garantia de que as bênçãos de Deus nos seguirão. Isso não significa que a vida será isenta de dificuldades, mas que, ao caminhar em obediência, experimentaremos a presença e a provisão divina em nossas vidas.
Um exemplo prático pode ser encontrado na história de Noé. Em Gênesis 6, Deus ordena a Noé que construa uma arca, avisando-o sobre um dilúvio iminente. Apesar da incredulidade ao seu redor e da imensidão da tarefa, Noé obedeceu, e sua fé resultou na salvação de sua família e de várias espécies animais. A obediência de Noé não só salvou sua vida, mas também preservou a criação de Deus.
O desafio da obediência
É importante reconhecer que a obediência a Deus não é sempre fácil. Muitas vezes, será desafiadora e exigirá sacrifícios. Em Lucas 9:23, Jesus nos lembra que seguir a Ele pode envolver carregar a própria cruz. A obediência pode nos levar a lugares inesperados e nos chamar a renunciar a nossos desejos pessoais. No entanto, como Paulo nos ensina em Romanos 12:1-2, devemos apresentar nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o nosso culto racional.
Quando decidir seguir a Deus, não devemos esperar que tudo seja fácil. A vida cristã é uma jornada de transformação e crescimento, onde cada passo de obediência nos molda mais à imagem de Cristo. A resistência que enfrentamos pode ser uma oportunidade para fortalecer nossa fé e dependência de Deus.
Conclusão: A resposta ao chamado de Deus
A frase “Se Deus mandou fazer, faça”, encapsula uma verdade profunda e transformadora: A obediência a Deus é um ato de fé e confiança. Cada crente é convidado a ouvir a voz de Deus e a responder com ações que refletem essa obediência. Ao longo da história bíblica, aprendemos que Deus não apenas fala, mas capacita e promete bênçãos àqueles que O seguem.
Que possamos, assim como Abraão, Moisés e Noé, ter corações dispostos a obedecer, mesmo diante da incerteza. Que a nossa resposta seja um firme “sim” às ordens de Deus, lembrando sempre que, ao ouvir e agir conforme Sua voz, estamos participando do Seu plano divino para nossas vidas e para o mundo. A jornada pode ser desafiadora, mas a recompensa de estar no centro da vontade de Deus é, sem dúvida, inestimável.